quinta-feira, 30 de outubro de 2008

O anjo negro e o senhor da selva.

O anjo olha para o horizonte e seu leão, fiel e feroz companheiro, descansa tranquilo. Tudo está feito.
No apartamento os homens chegaram tarde, não se pode fazer mais nada para machucá-lo. Aquele ser já se libertou de sua matéria.
Nem a clava pode feri-lo, nem a rede pode prendê-lo. Sua essência já corre pelo universo graças ao bom anjo negro e seu feroz amigo, que cuidou de atrair a atenção para si enquanto o anjo trabalhava.
Não é o ser que está morto na cama. A imagem é que é a morte do homem, ela pode apenas representar algo que não está mais lá.
E os curiosos de plantão tentam entender a situação. Mas não há como entender a vida, quando o que se pensa vida é um homem no caixão.
Um som ao fundo invade a cena: bííí, bííí... Saio da embriaguez do sono e abro os olhos para minha realidade. São seis horas da manhã, é hora de levantar para trabalhar. Foi um sonho!
Levanto e vou abrir a janela, lá fora avisto a ponte, um homem de preto está debruçado nela.
Me troco ao som de meu antigo gramophone. Saio do aparetamento em direção aminha selva de pedra, aí outro som vem e me atormenta: um rugido de leão.

Um comentário:

Caco Pontes disse...

"há mais coisas entre o céu e a terra do que se possa imaginar"...

O exercício do sonho lúcido é interessante.

Já assistiu "Waking Life"?

e o leão interno ruge.

abraço!