São seis horas da manhã, a casa está agitada, o cheiro do café e do
chá que vem subindo pela escada junto ao som do violino que é tocado
na sala e do chuveiro no banheiro ao lado do quarto.
É hora da escola, minhas duas tias professoras estão se preparando
para o longo dia na escola, enquanto eu e minhas duas irmãs somos
trocadas pela minhã mãe e pela minhã tia Luzia que trabalha a tarde.
Lá embaixo meu vô para de tocar o violino e pega o telefone cinza da
telesp que fica em cima do órgão e liga para a estorinha. Desço e
escuto a estórinha da chapeuzinho vermelho, acaba e vou pra mesa tomar
café enquanto minha irmã gêmea vai para o telefone, enquanto isso
minha irmã mais nova dois anos, com 5 agora, está deitada no sofá, que
fica próximo ao órgão, com sua mamadeira de chocolate quente enquanto
espera sua vez.
Enquanto tomamos o café na cozinha, que para mim naquele tempo era
gigante, minhã mãe prepara as lancheiras e as tias penteiam nossos
cabelos compridos até quase arrancar do coro cabeludo. Alguns minutos
se passam e ouvimos a buzinha, bííí.. bííí, é a perua chegando, esta
na hora de entrar na vida pública.
2 comentários:
Que delícia rememorar tudo isso.
Na verdade, que nostalgia, que falta deste ambiente tão privado, protegido, banal, distante de uma vida pública nem sempre tão aprazível e segura.
Hoje acordei com vontade de estar lá, nesta época e lugar.
Que lembrança gostosa,apesar das dificuldades tudo era muito perfeitinho né.
Parabéns para vcs,fiquei emocionado.
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