quarta-feira, 3 de outubro de 2007

Anônimo

Um dia irmão
Comemoraremos a vitória tão esperada.
Dos que jogaram ou que só torceram na arquibancada.
E bêbados, nós mesmos,
A mesa posta com os destroços do combate,
Difícil dizer o que é sangue e o que é molho de tomate,
Brindaremos as cadeiras vazias dos que lá não estão,
Os fantasmas de uma geração.
Um que morreu no exílio e foi devorado por vermes estrangeiros.
Um que enloqueceu um pouco e tem delírios passageiros.
Um que ia mudar o mundo e se mudou.
Um que era o melhor de nós e vacilou.
Nossa Rosa Luxemburgo que abriu uma butique.
Nosso quase Che Guevara que hoje vive de trambiques.
Estaremos , você e eu irmão,
E os balões circundarão nossas cabeças como velhos remorsos.
E os garçons olharão para nós e desejarão a nossa morte.
Danem-se as trapalhadas, estivemos nas barricadas!
Não temos placas nas ruas como os Heróis da Resistência,
Mas temos a consciência de que os bárbaros não passaram.
E então você dirá:
Como heróis?
Como não passaram?
Meu querido não te falaram?
Os bárbaros ganharam!!!!!

Nenhum comentário: