segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Venezuela tem o poder de vetar a entrada do Brasil na OPEP



Neste sábado, antes de embarcar de volta para Brasília, depois de participar da Cúpula Iberoamericana em Santiago, o presidente Lula disse que o Brasil tem, sim, interesse em entrar na OPEP, a Organização dos Países Produtores e Exportadores de Petróleo (OPEC em inglês).

A adesão mais recente de um país que continua integrando o cartel foi a da Nigéria, em 1971. Os países-membros passam a ter um enorme poder de barganha no mercado internacional, uma vez que ajudam a decidir o preço do barril de petróleo, que está batendo em 100 dólares. O poder da OPEP vai aumentar de forma diretamente proporcional à retração das reservas internacionais e ao crescimento da China e da Índia, que são importadores.

Para entrar na OPEP, além de ser exportador de petróleo - o que o Brasil só será a longo prazo -, o candidato precisa de dois terços dos votos dos países-membros. Os fundadores da OPEP têm poder de veto, sendo eles o Irã, o Iraque, a Arábia Saudita, o Kuwait e a Venezuela.

Durante a cúpula de Santiago, Hugo Chávez se referiu ao presidente brasileiro como "magnata petroleiro" e "xeque do petróleo". Lula respondeu afirmando que "eu disse ao Chávez que antes de eu tirar um litro de petróleo, ele já tinha socializado o meu petróleo. Eu falei: deixa eu tirar um litro de petróleo pelo menos".

A descoberta do campo de Tupi terá impacto na política externa brasileira. Apesar da campanha da TV Globo, de José Sarney e assemelhados para distanciar o Brasil da Venezuela, a serviço da política externa dos Estados Unidos, o poder de veto de Chávez deverá ser uma pedra no sapato daqueles que querem evitar a entrada da Venezuela no Mercosul. Aquela turma de sempre - da família Marinho a Fernando Henrique Cardoso, o presidente que queria mudar o nome da Petrobras para Petrobrax.

Publicado em 10 de novembro de 2007

Nenhum comentário: