quarta-feira, 25 de junho de 2008

Professores cobram responsabilidade do governo de SP e mantêm greve


Os professores da rede pública estadual de São Paulo decidiram permanecer em greve. A decisão foi tomada na última sexta-feira (20), em uma assembléia realizada na Avenida Paulista. Os professores rejeitaram a proposta do governo de 5% de reajuste e a incorporação de gratificações. Em seguida, eles seguiram em passeata, com cerca de 60 mil pessoas, até o centro da cidade.

De acordo com o integrante do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Carlos Ramiro, a categoria está sem reajuste há 13 anos e a prática do governo é compensar com gratificações. Ramiro reclamou da postura autoritária do governo nas negociações, que apresentou a proposta para a imprensa antes mesmo de negociar com os sindicalistas. Mas ele lembrou que ainda existem outros motivos para a greve continuar.

“[O governo] está com uma ampla campanha dizendo que a culpa da qualidade do ensino é só do professor, tirando qualquer responsabilidade em relação a ele. De mais investimentos, de melhoria das condições de trabalho - as salas estão super-lotadas, a carga horária muito reduzida, fazendo com o que os alunos permaneçam pouco tempo dentro da escola, a aprovação automática e a falta de infra-estrutura. 70% de nossas escolas não tem biblioteca funcionando, são depósitos de livros”.

Outra exigência da categoria é a revogação do decreto que trata do sistema de contração e substituição de professores, além de prever a realização de concursos regionais para professores.

Uma nova assembléia está marcada para a próxima sexta-feira (27). Segundo Ramiro, o comando de greve estará nas escolas, conversando com os pais e alunos em busca de apoio ao movimento.

De São Paulo, da Radioagência NP, Vinicius Mansur


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